Cuiabá, MT – A Polícia Civil esclareceu, na tarde desta quinta-feira (13), o homicídio que vitimou a adolescente Emilly Azevedo Sena, de 16 anos, grávida de nove meses, em Cuiabá. O caso, que chocou a comunidade local, resultou na prisão de um casal, de 25 e 28 anos, suspeito de envolvimento na morte da jovem. A investigação foi conduzida pelos policiais do Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com as investigações, o casal teria agido com o intuito de ficar com a filha da gestante. Emilly foi vista pela última vez na tarde de quarta-feira (12), quando saiu de sua casa, em Várzea Grande, para buscar doações de roupas em Cuiabá, mas não entrou mais em contato com a família. Preocupados com o desaparecimento, os familiares da jovem registraram o caso na polícia, que iniciou as buscas imediatamente.
Na noite de quarta-feira, o casal se dirigiu ao Hospital de Maternidade Santa Helena, onde alegaram que o parto da adolescente havia ocorrido em sua residência. O casal estava com um bebê recém-nascido nos braços. Embora a criança tenha recebido atendimento médico, a mulher se recusou a ser atendida inicialmente. Após algum tempo, ela aceitou o atendimento, mas exames ginecológicos e laboratoriais realizados pela equipe médica indicaram que ela não estava em estado puerperal, ou seja, não havia dado à luz recentemente.
Além disso, foi constatado que a mulher não estava produzindo leite materno, o que levantou suspeitas de que ela não fosse a mãe da criança. Diante da situação, a equipe médica acionou a polícia, que conduziu o casal para a Central de Flagrantes para prestar esclarecimentos.
Com o desaparecimento de Emilly ainda em aberto, a equipe do Núcleo de Pessoas Desaparecidas foi até a residência do casal para dar continuidade às investigações. Lá, os policiais fizeram uma descoberta macabra: o corpo de Emilly estava enterrado em uma cova rasa, com parte de sua perna visível. A jovem foi encontrada com um corte grande em seu ventre, indicando um parto forçado. A análise do corpo revelou que a adolescente provavelmente foi morta por enforcamento, esganadura e asfixia, com cabos de internet enrolados em seu pescoço, mãos e pernas, além de um saco plástico sobre sua cabeça.
Após o crime, o homem chegou a publicar em suas redes sociais que sua filha havia nascido, o que gerou ainda mais revolta nas autoridades e na comunidade.
As investigações seguem em andamento, com a polícia agora apurando a participação do casal e de possíveis outras pessoas nos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Os investigados podem responder por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, entre outros crimes que podem ser identificados durante a investigação.
Em declaração, o delegado titular da DHPP, Caio Fernando Albuquerque, enfatizou a gravidade do crime. “Foi um crime gravíssimo que foi rapidamente esclarecido pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP, com apoio fundamental da equipe hospitalar, que imediatamente identificou que havia algo errado e acionou a polícia”, afirmou o delegado.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, enquanto a família de Emilly tenta compreender a dor indescritível de perder uma filha de forma tão brutal. A sociedade aguarda por mais respostas, enquanto as autoridades se dedicam para garantir que os responsáveis sejam levados à justiça.