Os Cariocas na terra de Cabral

Os Cariocas na terra de Cabral

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Os Cariocas na terra de Cabral

Nem o Pedro, muito menos o Sérgio, esse Cabral de Cuiabá era Pascoal Moreira, bandeirante que pelas margens do Rio Coxipó parou e ficou. Sua beleza, riqueza de florestas e principalmente seu ouro abundante fez com que os portugueses dessem mais atenção a uma parte esquecida do Brasil, que até Espanhóis por lá andaram.

A cidade cuiabana, fundada as margens de rios, córregos e riachos, parte central da América do Sul, cerca de 2 mil quilômetros para chegar ao litoral, muitos dos cuiabanos nem sequer conhecem a imensidão azul do mar, outros tantos até conhecem, mas nunca puderam desfrutar da exuberante beleza da cidade nem tanto maravilhosa do outro Cabral, o Sérgio.

O Rio de Janeiro é para os cuiabanos uma segunda casa, talvez pela história de ter sido a capital do país por tantos anos, ou por mera vontade de ser um carioca. Não importa, verão no Rio de Janeiro é um sonho que pode virar realidade sempre no próximo janeiro.

Foi perseguindo esse sonho que seu Dito, morador do tradicional bairro Tijucal na capital e Mato Grosso, juntou seu dinheirinho suado, pegou a família e lá se foram ao encontro da sua paixão vestida de vermelho e preto.

Já na chegada o taxista, malandro carioca, lhe vendeu um quarto de hotel com vista, mas não disse que a vista era de morros e mais morros recheados de casinhas por todos os cantos.

Para chegar na praia, eram duas horas de ônibus, com um motorista ao volante que parecia que tinha saído de um filme de ação.

Para a família do seu Dito isso tudo pouco importava, pois lá estavam eles felizes em correr da onda na beira do mar.

Mas ainda faltava uma coisa. O Maracanã, jogo do mengão, conhecer seus irmãos torcedores cariocas, sentir a energia das arquibancadas no ex maior do mundo, gritar gol e abraçar.

Porém era janeiro, férias dos campeonatos, o Flamengo treinava longe do Rio e seu sonho teve que esperar.

É hoje, logo mais a noite que o sonho do seu Dito e de outras centenas de cuiabanos vai se realizar.

A Copa do Mundo está de volta a Cuiabá. Esqueçam Brasil e Alemanha, hoje é noite de Flamengo na Arena Pantanal, a cidade já vive a festa pré-jogo, a torcida já canta pelas ruas e o sonho de ver o mengão jogar na casa do cuiabano, num estádio que chama de Pantanal, visto como elefante branco pela mídia nacional, mas que agora tem a chance de mostrar o seu valor.

É jogo pra bater recorde de público, para cantar e cantar, como diz no hino, até morrer.

O ingresso está caro pra chuchu, a obra foi superfaturada, o Goiás não é time grande, mas e daí? Hoje é a realização de um sonho do seu Dito, da Maria, do José, Rafaela, Marcelo, Aparecido e tantos outros cuiabanos que com a sua paixão vão fazer a festa que faltava para batizar de vermelho e preto a Arena Pantanal.

Curtinha

E o papai voltou e seus filhos o presentearam com dois gols e um jogo pra lá de tranquilo. Acho melhor o Helmute voltar pra Lucas e cuidar do nosso poderoso Luverdense, porque do jeito que vai, o sonho da primeira divisão vai ficar para 2016.

Fluminense sem 8 titulares diante do Figueirense embalado com 5 jogos sem perder. Já vi esse filme. E o final nem sempre é bom para os cariocas.

Virou obrigação para o Botafogo ganhar do São Paulo e fugir do Z4 que continua no seu calcanhar. A crise só aumenta no Glorioso, mas como esse time joga mais na crise que na maré boa, é bom o soberano paulista ir com calma e só pensar na “final” de domingo contra o Cruzeiro depois que sair do Mané Garrincha.



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