A possível nomeação repercute após o Ministério Público do Estado de Mato Grosso apresentar denúncia contra 22 pessoas incluindo Marcelo Alécio no esquema investigado na Operação Espelho.
Em uma reunião com os membros do legislativo municipal e secretários o Prefeito de Alta Floresta Valdemar Gamba anunciou que deve nomear nos próximos dias o ex-secretário de saúde Marcelo Alécio da Costa, que deve assumir novamente a pasta. O nome do ex-secretário e de outras 21 pessoas entre a atual secretária- adjunta de Gestão Hospitalar da SES, Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, Médicos e Empresário constam na investigação que apura “O Cartel da Saúde”, responsável por um esquema de fraudes e desvios de recursos em contratos de prestação de serviços médicos firmados pelo poder público e, caso a Justiça receba a denúncia, responderão por crimes como organização criminosa, peculato e fraude à licitação.
Marcelo é ex-interventor do Hospital Regional Albert Sabin, nomeado em maio de 2014, pelo ex-governador Silval Barbosa, no ano de 2019 foi nomeado pelo ex-prefeito Asiel Bezerra. No ano de 2021 teve o nome vinculado na primeira fase da Operação Espelho que investigou fraudes e desvios de valores ocorridos no contrato de prestação de serviços médicos no Hospital Estadual Lousite Ferreira da Silva (hospital metropolitano), em Várzea Grande.
Como desdobramento das investigações, a Polícia Civil apurou que a empresa contratada integrava um cartel de empresas dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente, de UTIs, em todo o estado. Foram identificados contratos fraudulentos com hospitais municipais e regionais de Mato Grosso.
Já na segunda fase da Operação Espelho, foi descoberto que, especialmente durante o período da pandemia da Covid-19, os agentes intensificaram suas ações, valendo-se da fragilidade e desespero de gestores públicos que se viam obrigados a contratar com urgência e, praticamente, a qualquer preço, os serviços médicos de UTIs.
Por meio de suas empresas, a organização criminosa simulava concorrência para a imposição de valores muito maiores que os praticados no mercado. Os serviços não eram fornecidos na forma contratada, por vezes com consentimento dos agentes públicos fiscalizadores. Pacientes eram internados nas UTIs desnecessariamente, visando apenas o aumento dos lucros.
Os prejuízos apurados, até o momento, superam a casa dos R$ 35 milhões, com potencial de sensível aumento, conforme a investigação.