Os interesses de Alta Floresta estão sendo o cenário de mais de uma assembleia geral dos servidores da rede municipal de educação. As aulas foram paralisadas há uma semana. O prefeito e a secretária de educação, ainda na segunda-feira, alegaram que os servidores estavam fazendo um movimento quando o executivo estava cumprindo com todas as suas obrigações, inclusive, segundo o prefeito Chico Gamba, pagando mais que o piso nacional.
“Quero informar todos os senhores e senhoras que não temos nenhum servidor da educação ganhando abaixo do piso salarial, pelo contrário, estão ganhando 578 Reais acima do piso”, afirmou o prefeito Chico Gamba.
Entretanto, o Sintep (Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público) contestou essa afirmação e, na terça-feira, apresentou um documento à Câmara refutando a fala do prefeito.
Mônica Marques, diretora do Sintep em Alta Floresta-MT, afirmou: “Na declaração do prefeito, além dos 100% do Fundeb, ele está usando 6% do recurso próprio. Então é como o nosso relatório apresentado ainda tem margem e tem recursos sim para estar valorizando os profissionais e cumprindo a legislação, que é o piso que foi instituído desde janeiro de 2023 para os profissionais da educação.”
O movimento de greve continua, mesmo após um documento do Tribunal de Justiça de Mato Grosso ter determinado que os servidores retornem à sala de aula imediatamente, sob pena de uma multa diária de R$ 10.000 Reais para o Sintep e seus diretores. No entanto, o Sintep deixou claro que não vai acatar essa decisão e a greve no município de Alta Floresta deve prosseguir. Durante a assembleia, ficou definido que haverá um manifesto em frente à Câmara de Vereadores.
“A categoria é soberana para tomar suas decisões. A assembleia avaliou o cenário da mobilização e principalmente o principal argumento da prefeitura, de que em 30 dias apresentaria uma proposta ao documento que foi protocolado no dia 4 de julho, então já encerrou esse prazo na data de ontem. Então hoje nós realizamos a assembleia sem nenhum documento por parte do poder executivo. Não sei se é por ausência de caneta ou de tinta que essa proposta não chegou para a categoria”, afirmou Valdeir Pereira, presidente estadual do Sintep/MT.